A beleza das tuas coisas

21 de julho de 2010


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Por Sebastião Salgado


A cegueira dos que guiam a brandura dos que seguem. Caos, talvez seja essa a razão que ele segue. Andarilho do mundo, poeta cidadão, o mundo cabe nele, pois seu olhar inesgotável retrata todos os lares, paisagens e sabores. Sabor amargo, da dúvida, despedida, desilusão e da saudade. São mães, filhos, trabalhadores, sonhadores, retirante, artesãos únicos de sua própria história. Retrata também a coragem dos que não tem medo e vêem na partida a chance de um novo recomeço. Semeia a diversidade, emoldura vidas, faz de cada ser, um único ser. Com dissabores e vontades diferentes, há quem queira ficar, muitos preferem partir. E prá falar um pouco também do desespero. De quem tem fome! Fome, cede e esperança. Mostra em suas imagens a miséria, a crueldade das cosequênsias, com olhar humano e a displicência de quem não nega. De quem não precisa de lentes.
Sheila Souza

1 comentários:

Unknown disse...

A dor do mundo cabe em um retrato... A naturalidade registrada... Sua forma simples de colocar tudo no papel é realmente magnífica...