Bailarina!

21 de julho de 2010


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Para com esse jeito meigo, que não é seu. Abandona as tuas coisas, deixa para lá aqueles velhos e insensatos conselhos de quem mentia. Um dia você vai descobrir menina: as igrejas são feitas de pedras, as doutrinas feitas á mão, pelo o homem. Faça o que quiser, sem precisar arrepender-se, pare de pôr tudo a perder sempre. Seja feliz, longe das amarras que te impedem. Deixe o sol bater em seu rosto tão bonito, deixe que o vento lhe bagunce ao menos uma vez os cabelos. Use seu corpo e sua mente, pois são únicos em todo o universo... deixe para lá todas as farsas, seja gentil consigo mesma. Não deixe para amanha, o que pode ser feito hoje, esse apesar de clichê, faz bem!
Sobretudo, liberte-se. Os cristais por mais bonitos que sejam, quebram com facilidade. Deixe de ser bailarina, pois afinal de contas, ela nunca têm!
“O texto faz menção a música (ciranda da bailarina) de Adriana Calcanhoto.”

Cidadãos e não números!

Cidadãos e não números!

O portal da transparência, site onde qualquer cidadão tem o acesso a todos os gastos feitos pelo governo, foi avaliado pelos usuários. E o resultado é indignação. A nota já era esperada pelo menos por mim! Isso porque a avaliação é feita claro a partir das informações encontradas no site, também foram levados em consideração a organização dos dados e ainda a abrangência dos mesmos. Avaliaram também a facilidade de acesso.
O resultado se deu, por conta da dificuldade dos organizadores dessa ação, em entender que os cidadãos não se importam muito com números, e sim com resultados, a saúde pública tem falado por si só. Cirurgias não são feitas por falta de material, falta merenda nas escolas públicas, temos diversas novas obras em andamento, e problemas antigos estagnados. A “transparência” do portal exige mais do que a soma de números que permeiam uma realidade um tanto alheia ao cidadão comum, as melhorias deveriam ser pautadas nos eleitores, que representam um número bem mais importante.

A beleza das tuas coisas


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Por Sebastião Salgado


A cegueira dos que guiam a brandura dos que seguem. Caos, talvez seja essa a razão que ele segue. Andarilho do mundo, poeta cidadão, o mundo cabe nele, pois seu olhar inesgotável retrata todos os lares, paisagens e sabores. Sabor amargo, da dúvida, despedida, desilusão e da saudade. São mães, filhos, trabalhadores, sonhadores, retirante, artesãos únicos de sua própria história. Retrata também a coragem dos que não tem medo e vêem na partida a chance de um novo recomeço. Semeia a diversidade, emoldura vidas, faz de cada ser, um único ser. Com dissabores e vontades diferentes, há quem queira ficar, muitos preferem partir. E prá falar um pouco também do desespero. De quem tem fome! Fome, cede e esperança. Mostra em suas imagens a miséria, a crueldade das cosequênsias, com olhar humano e a displicência de quem não nega. De quem não precisa de lentes.
Sheila Souza